É o órgão mais importante do aparelho reprodutor feminino e tem muitas peculiaridades. Hoje vamos falar sobre o ÚTERO, órgão responsável por abrigar o início da vida. Quem nos traz diversas informações e curiosidades sobre o tema é a ginecologista Fernanda Caruso, do Nasce Gestante e Nasce Mulher.
Localizado na pelve, região atrás do osso do púbis, fica entre a bexiga e o reto (porção final do intestino). Seu formato é parecida com a de uma pera invertida e seu volume muda muito de acordo com a idade e número de gestações .
Em mulheres que nunca gestaram, seu volume médio é de 60 centímetros cúbicos (um pouco menor que um punho fechado), podendo chegar a 180cm3 em mulheres após a gestação. Isso em centímetros representa um comprimento em média de 5 a 10 cm.
As informações referentes às medidas são conhecidas por meio de exames de imagem, como a ecografia, e também por medidas diretas do útero realizadas em consultório (histerometria, ou medida do útero), e são dados importantes para a colocação de DIU ou realização de procedimentos cirúrgicos.
O útero é formado por duas porções: o corpo e o colo. O corpo do útero é a porção mais interna, onde a menstruação é produzida e onde o embrião se forma e cresce durante a gestação. Já o colo é a porção final do útero, que tem comunicação com a vagina. Por ser o colo local de contato direto com o pênis durante o intercurso sexual, há uma facilidade no desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis. Umas das principais doenças do colo é a causada pelo vírus do HPV (do inglês Human Papillomavirus). O contato com secreções durante o ato sexual que contenham o vírus HPV pode levar desde o aparecimento de condilomas (verrugas genitais) até o câncer de colo uterino.
É por esse motivo que durante o exame de rotina no ginecologista é coletado o material para o exame citopatológico do colo uterino, o famoso preventivo ou Papanicolau. Durante essa avaliação é possível visualizar o colo e detectar possíveis alterações ou infecções ali presentes.
1 | O que é útero retrovertido ou fletido? Esta condição que atinge 15 a 25% das mulheres se refere apenas à posição do órgão, não significando que o útero apresente alguma anomalia ou doença.
2 | O que é útero infantil? Esta expressão é popularmente utilizado para se referir ao útero pouco desenvolvido (chamado de hipoplásico) que pode se apresentar em algumas doenças, principalmente genéticas. Essa alteração é rara e deve ter uma avaliação minuciosa e precisa, mas em alguns casos é possível, sim, gestar.
3 | Toda mulher nasce com útero? Não, por incrível que pareça, algumas mulheres podem apresentar uma rara condição na formação dos genitais internos e não possuírem útero. Esta situação se chama agenesia uterina.
4 | E com mais de um? Em alguns casos, pode haver o desenvolvimento de dois úteros (útero didelfo), ou a formação de septos e modificações na formato uterino (útero septado e bicorno). Essas últimas podem levar a dificuldades na concepção e também na manutenção da gestação, podendo ser causas de abortamento.
5 | Quando algo não vai bem: o útero também pode “adoecer “e apresentar disfunções como a dor crônica e o sangramento de padrão anormal, sendo algumas vezes necessário o tratamento cirúrgico. As doenças sexualmente transmissíveis podem afetar o útero e seus anexos (tubas e ovários), podendo levar inclusive à infertilidade. Proteção durante as relações sexuais pode evitar problemas futuros na hora de tentar engravidar.
Para manter a saúde do útero sempre em dia, faça revisões regulares com seu ginecologista. A avaliação dele vai esclarecer suas dúvidas e indicar os melhores exames e tratamentos necessários para cada caso.
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