Em homenagem ao Agosto Dourado, mês de conscientização sobre a importância da amamentação, vamos falar sobre um assunto muito importante e que gera muitas dúvidas: a nutrição da mãe que amamenta. Quem nos guia pelo tema é a nutricionista Betina Ettrich, do Nasce Mulher.
A alimentação da lactante precisa ter uma grande variedade de alimentos para suprir as demandas nutricionais desse período, já que a mulher precisa de nutrientes suficientes tanto para o seu próprio organismo quanto para a produção de leite.
É fundamental que a mulher não restrinja as calorias da sua alimentação, o que pode acontecer devido à rotina mais corrida no período pós-parto ou devido ao desejo de diminuir o peso aumentado durante a gestação. Uma restrição inadequada pode ter impacto na diminuição da produção de leite materno, especialmente nos três primeiros meses de vida do bebê.
O consumo de carboidratos é importante nessa fase. A lactante não deve restringir os carboidratos e também deve evitar o excesso de carboidratos refinados, como açúcares e farinhas brancas (já que contêm pouco ou nenhum valor nutricional). Então, será fundamental escolher carboidratos de qualidade como legumes, frutas, tubérculos, raízes, cereais e grãos integrais. Também é importante investir na ingestão de gorduras boas, provenientes de sementes, oleaginosas, azeite de oliva, peixes, abacate.
A ingestão adequada de líquidos tem impacto na produção de leite materno e a recomendação fica em torno de 3 litros por dia, respeitando sempre a sede.
Em relação à cólica do bebê, a sua causa ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que possa estar relacionada com imaturidade do trato gastrointestinal. Além disso, sabemos que o microbioma da mãe interfere no microbioma do bebê. Ou seja: quanto mais saudável for a alimentação da mulher tanto durante a gestação quanto durante a amamentação, melhores serão as suas bactérias intestinais, gerando um bebê com melhores bactérias também (o que é associado à menor incidência de cólicas no recém-nascido).
Existem muitos mitos relacionados à alimentação da mãe e ao fato de o bebê apresentar cólicas. Cada binômio mãe-bebê é diferente. Não há comprovação científica de que certos alimentos ingeridos pela mãe causem cólica no bebê. Porém, se a mãe suspeitar de que algo que esteja comendo possa estar agravando as cólicas, pode suspender esse alimento temporariamente e observar se há melhora dos sintomas. Então, a menos que haja uma condição específica e individual, não há necessidade de restringir nenhum alimento da lactante.
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